Fluindo à nossa maneira vida afora.
Mares revoltos, reflexos cristalinos, mangues, nascentes e tudo o mais.
Dar tempo aos nossos ciclos, viver as fases.
Seencher em nuvem, verter em chuva.
@TarneliaTriptus
01/10/2024
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Fluindo à nossa maneira vida afora.
Mares revoltos, reflexos cristalinos, mangues, nascentes e tudo o mais.
Dar tempo aos nossos ciclos, viver as fases.
Seencher em nuvem, verter em chuva.
@TarneliaTriptus
01/10/2024
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Comecei a escrever esta postagem em 02 de outubro de 2023 e tô conseguindo finalizar só agora... 😅
Já falei várias vezes sobre como cantar me afeta muito positivamente e no ano passado eu parei mais algumas vezes pra gravar uns covers.
Vai aqui então o segundo compilado de Cantante.
Os quatro primeiros vídeos foram gravados em sequência no mesmo dia, 22 de junho de 2023. Eu estava meio doente, como de costume, com a garganta em condição meio precária e eu acho engraçado que dá pra perceber eu perdendo um pouco mais da voz a cada música. Mas é aquela coisa: se eu for esperar estar totalmente saudável pra fazer o que eu gosto, não vou fazer nunca. Então vai assim mesmo!
Gravei duas versões do meu trecho favorito de "Angel Pt. 1", originalmente interpretada por NLE Choppa, Kodak Black, Jimin do BTS, JVKE & Muni Long.
Duas versões completas de "Lilith", originalmente de Halsey e Suga. Difícil a beça ter ar suficiente pro flow dessa música, mas a gente faz o que pode rsrs
E por último uma versão completa de "Penhasco2", originalmente interpretada por Luisa Sonza e Demi Lovato. Gravei essa em 1° de setembro de 2023. Quando ouvi essa música me senti extremante tocada pelas interpretações tão vicerais e potentes que ela tem. Mesmo sem saber direito a letra e, certamente, sem ter tanta capacidade e qualidade vocal quanto Luisa e Demi, eu senti a necessidade de cantar junto e cantei! 💗
Apesar de eu ter falado mais apenas sobre Penhasco2, as outras músicas também me afetaram bastante com suas interpretações e letras. Gosto demais das três e recomendo muito clicar nos intérpretes pra ir assistir aos originais, caso não conheçam ainda.
Todos esses meus vídeos são nos moldes do chamado sing along karaoke, que é quando se canto junto das vozes originais e não apenas acompanhando a versão instrumental. A verdade é que minha base de memória são as vozes e tentar cantar sobre as versões instrumentais faz eu perder muito o ritmo da letra. Aí canto junto e sigo minha vida marotamente.
Fico feliz de abrir as postagens de 2024 com algo pelo que tenho afeto quanto cantar. Os vídeos são tomada única, sem nenhum tipo de edição e mega caseiros do jeito que eu sempre faço. Me representam bem e funcionam pro exercício de fazer registros e colocar a cara no mundo.
Um abraço e feliz ano novo pra nós!
Taemin está de volta!!!
E eu mesmo com a garganta ruim por estar doente faz tempo, decidi gravar um trecho de Strings, que é uma das minhas músicas favoritas dele. A luz natural deixou meu cabelo em chamas, é engraçado de ver.
Já peço desculpa a quem de fato entenda coreano se eu tiver falado merda por pronunciar errado alguma coisa. Infelizmente por enquanto não entendo nada do idioma, mas no futuro eu vou aprender \o/
Minha relação com o K-pop começou a pouco tempo mas tem sido um mergulho intenso. E, em meio a milhões de descobertas, um artista que me marcou muito foi o Taemin.
Recentemente ele voltou do serviço militar e eu fiquei muito feliz em saber que está saudável física e mentalmente (precisou tratar sintomas de depressão e ansiedade durante o serviço militar), e que decidiu retornar à música.
Ele tem trabalhos intensos em vários aspectos e eu gosto muito tanto de ver quanto ouvir. É engraçado como tem obras que tocam a gente de maneira diferente. As músicas e performances do Taemin falam com algo visceral em mim. Eu nem sei colocar em palavras mas eu sinto uma identificação intensa, meu corpo responde para além do que minha racionalidade consegue acessar.
Vou deixar alguns aqui <3
The Now
Wat are we
Resultado de duas aulas de janeiro na nossa turma da Backstage. Apanhei muito pra aprender essa coreografia, mas no fim foi bem divertida de dançar.
Tô tentando me lembrar que eu também mereço apenas me divertir, sem pensar tanto, tão intensamente sobre tudo. E essa é uma coreografia que se encaixa nisso!
Em geral não escuto/assisto muito Girls Groups porque me geram alguns incômodos (eu chamaria de gatilhos em menor escala) que não estão relacionados a eu achar ou não que os grupos são talentosos/fazem um bom trabalho. Mas vou deixar pra bater textão sobre isso outro dia.
O foco, Emília, dessa vez, é só o divertimento \o/
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Conheci o trabalho online da Patty no ano passado e a abordagem empática, inclusiva e gentil dela sobre as atividades físicas me fez lembrar o quanto eu amava estar em movimento e o quanto eu gostaria de retomar isso.
Pra quem quiser conhecer, seguem links:
Youtube, TikTok, Instagram dela.
No fim do ano passado decidi retomar uma antiga série de retratos baseados em fotografias chamada "gratitude sketches" justamente fazendo um pra agradecer a ela por todo o incentivo.
Levou bastante tempo pra terminar por minha dificuldade de sentar pra desenhar na correria dos últimos meses, mas agora no início do mês terminei.
Muito difícil registrar o desenho, até agora não consegui uma reprodução realmente fiel, mas fiz o melhor que pude. A última imagem é o print que eu usei como referência. Ficou mais ou menos assim:
Consegui fazer alguns desenhos/escritas ao longo dos últimos meses mas não estava conseguindo registrar eles de uma forma que me parecesse aceitável. Mas agora consegui algo mais próximo disso então vem uma pequena enxurrada pela frente...
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Referência à Tatuagem da Manuela Xavier |
Esses dois primeiros são desenhos parceiros, por assim dizer.
Sempre que faço lettering é à mão livre, por isso fica bastante irregular. Mas me resolve no sentido de colocar os sentimentos pra fora.
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Trecho da música "Triste, Louca ou Má" de Francisco El Hombre Música que aprecio demais. |
Hoje eu fui atravessada por memórias muito vívidas do último dia que passei com minha mãe e a saudade doeu bastante dessa vez.
Uma infinidade de coisas aconteceram neste ano após a passagem dela e, no último fim de semana, uma coisa que eu gostaria muito que ela presenciasse: após cerca de 12 anos longe, eu pisei num palco para dançar novamente. Foi um momento muito especial pra mim. Estar num estúdio de dança, o impulso de tornar os ensaios uma rotina diária pra conseguir fazer o meu melhor, o frio na barriga antes de subir ao palco, a euforia descendo as escadas pra sair dele com o corpo todo pulsando de alegria e diversão após dançar. Me senti voltando pra casa.
Ela foi uma das pessoas que sempre me incentivou nas artes em geral e sempre procurava assistir minhas apresentações, fossem de canto, dança, ou alguma exposição em que algum trabalho plástico meu estivesse fazendo parte. Ao longo da minha infância ela era uma pessoa bastante ocupada, mas sempre se esforçava pra ver as apresentações na escola.
Enfim, eu gostaria que ela estivesse aqui pra ver pessoalmente. Mas eu sinto a presença dela em cada passo que eu dou em direção às minhas paixões, e ao mesmo tempo que a saudade dói, o coração fica quentinho por me sentir abraçada pelos incentivos que ela me ofereceu ao longo dos anos.
E desde que a memória me tomou hoje, fiquei ouvindo em looping a música Yet To Come do BTS, que fala sobre as coisas do passado terem sido ótimas mas que o melhor ainda está por vir. Da presença física dela, o melhor de fato ficou no passado, mas vou honrar a memória dela fazendo o meu melhor pra me respeitar e florescer, fazer com que minha melhor versão seja a que está por vir. Não com desespero pra bater meta sobre mim mesma, mas com a busca consistente de seguir aprendendo e crescendo nos caminhos que eu escolher seguir daqui pra frente.
Mãe, você ficaria orgulhosa. Obrigada por tanto, sempre.
Can speak the words on your lips"
É um trecho da música Unwritten da Natasha Bedingfield que diz que ninguém mais pode falar as palavras em seus lábios. E o meu reencontro com minhas paixões tem justamente a ver com esse reconhecimento de que, posso não ser a melhor em nada, mas tenho a minha própria forma de colocar as coisas no mundo, uma maneira e um conjunto de experiências únicas que também são válidas de serem registradas.
Então quando o medo da falha vem, eu me lembro que as coisas que faço são uma necessidade de expressão que eu tenho, independente de mais alguém se identificar/gostar/aprovar, etc.
E nesse ano tão intenso eu tenho PRECISADO de todas as minhas ferramentas para lidar com todos os acontecimentos e emoções decorrentes deles.
Vou fechar com outra música que amo pra te incentivar também a abraçar seus desejos sinceros:
Irmão, você não percebeu
Que você é o único representante
Do seu sonho na face da terra
Se isso não fizer você correr, chapa
Eu não sei o que vai
Música "Levanta e Anda (part. Rael da Rima)" do fantástico Emicida.
Um silencioso abraço bem apertado pra você.
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Hoje eu terminei de ouvir o episódio do podcast Tenda Materna sobre Automutilação e foi super marcante pra mim. Percebi que alguns comportamentos que mantenho até hoje, aos 33 anos, refletem as práticas autolesivas que desenvolvi ainda muito nova. Me fez querer olhar para minha história e colocar para fora.
Tive uma infância financeiramente estável, não tínhamos tudo o que queríamos mas minha mãe se esforçava imensamente pra termos tudo o que precisávamos em relação à questões práticas na vida. Meu pai saiu de casa quando eu tinha 1 ano e meio por pedido da minha mãe e buscou tratamento para o alcoólismo. Retomamos contato quando eu tinha cerca de 8 anos.
Minha mãe, sendo sozinha responsável por criar três filhas, trabalhava pra caramba e eu não a via muito. Quem exercia mais uma figura maternal para mim era minha irmã mais velha (16 anos mais velha que eu).
Aos 6 anos sofri abuso sexual. Só fui entender de fato e conseguir nomear quando estava na 7ª série do ensino fundamental, numa aula de biologia sobre ISTs, tipos de abuso, entre outras informações (educação sexual é importante demais!). Contei pra minha mãe sobre isso somente aos 14 anos.
Aos 7 anos minha irmã mais velha se casou e mudou para outro estado. Meu relacionamento com minha irmã do meio nessa época era um pouco complicado por estarmos em fases muito diferentes (ela entrando na adolescência e eu criança). Minha mãe seguia se esforçando muito pra nos manter, seguia vendo-a pouco. Eu me sentia invisível. Me senti tão absolutamente perdida e sozinha com mais essa partida que apenas queria que a dor lancinante parasse. Eu tentei suicídio nessa época. Foi quando recebi meu primeiro diagnóstico clínico de depressão.
Cresci com um corpo relativamente dentro dos padrões, mas eu tinha nojo de mim. Olhar no espelho era algo que me afligia. A violação que sofri anos antes, mesmo sem saber nomear, mudou a maneira como eu me enxergava. Me sentia sem valor, excessivamente falha, "com defeito de fabricação e sem concerto possível", alguém que não se era merecedora de amor e que ninguém amaria caso conhecessem a fundo. Me senti deslocada e não merecedora de quase todos os espaços em que transitei nessa vida.
Me esforçava então pra ser gentil e prestativa "pra compensar". Sempre excedi meus limites grandemente na tentativa de assim manter as pessoas por perto (medo do abandono e sensação de não-valia pessoal muito intensos). E fazia isso até entrar em colapso emocional, no qual me fechava numa nova crisálida de hipersônia e solidão.
Aos 16 anos de idade entrei em um relacionamento abusivo que durou 8 anos. Desse tenho também muitas marcas e traumas que caminho dia após dia na busca de curar o quanto for possível.
Considerando desde a infância, a sensação de invisibilidade, de inadequação, o perfeccionismo como ferramenta de sobrevivência (mas que nos mata aos poucos) são coisas que tenho começado a aprender a gerenciar de forma mais saudável somente agora. Mas comportamentos autolesivos ainda existem.
Não sei em que momento comecei a puxar as pontinhas de pele dos lábios e/ou das cutículas nos momentos de ansiedade. Mas são práticas que ainda permanecem. Em épocas mais tensas, que me sinto sem perspectiva, com muito medo ou afogada pela sensação de importância diante de fatos adversos da vida, essas práticas autolesivas tb se intensificam. Inúmeras vezes minha boca e meus dedos se ferem e sangram por isso. E hoje eu percebi que é uma maneira inconsciente de dar "palpabilidade" à imensa dor e confusão internas.
Não sei se já falei sobre todas essas coisas abertamente antes. Tenho impressão de que não.
Honestamente nem sei bem aonde quero chegar relatando tudo isso. Somente senti que precisava colocar pra fora. Precisava olhar demorada e intensamente pra minha história pra entender de onde vem essa urgência imensa em descobrir que realmente sou hoje. Em descobrir como bancar meus próprios desejos e sonhos para além da aprisionante sensação de que se eu não for a melhor aluna/pessoa (estrelinha dourada pra mim!) eu vou acabar sozinha na vida de novo.
Mas sabe, com muita terapia, estudo e coragem de olhar pra dentro, eu tenho descoberto o quanto posso ser uma boa companhia para mim mesma. O quanto posso ter genuína compaixão por mim e pelas outras pessoas. O medo paralisante tem se tornado menos efetivo. As minhas múltiplas faces internas, minha essência, tem aos poucos se revelado para mim por eu estar desenvolvendo a sabedoria e coragem de olhar de fato para elas.
Isso é muito bom. Ter oportunidade de me conhecer é um prazer que eu quero cultivar sempre. Sendo uma pessoa que tem desejo constante de mudança, há sempre uma nova Emília para descobrir.
Tenho o privilégio também de ter uma relação maravilhosa com minhas irmãs e meu pai hoje em dia. Seguimos as três juntas na jornada de autoconhecimento, nos inspirando, nos apoiando mutuamente. Somos alicerces umas pras outras e sei que isso não é tão comum.
Tenho muito afeto compartilhado com meu pai, que é também um vovô apaixonado.
E estou num relacionamento com um parceiro com quem compartilho a criação das pequenas, os perrengues, várias paixões e infinitas reflexões também.
Obrigada às queridas da Tenda Materna por esse episódio tão especialmente importante para mim. Tão cheio de informações. Me ajudou a olhar pra minha história e a buscar oferecer mais conexão real para minhas filhas e assim buscar diminuir as chances de que elas se sintam também invisíveis e sem merecer espaço neste vasto mundo.
Aprendi a nomear o luto de oceano.
É vasto,
não tem prazo para acabar,
não é linear,
e funciona em ondas.
Chega arrebatador,
nos dá inúmeros caldos,
pensamos que seremos engolides por tamanha potência.
Nossas lágrimas se juntam
e o aumentam.
_
O tempo vai passando e a onda se afasta um pouco.
Conseguimos respirar um instante mais.
_
As vezes chegam momentos
em que quase esquecemos
que ele nos tomou
e revirou tão profundamente.
Pra, em seguida,
Sermos arrebatades por uma nova onda.
Sem aviso,
cheia de uma nova versão da dor,
da saudade,
da consciência... de ausência.
_
Não é linear, eu disse.
Me toma, de novo,
de um novo jeito.
_
Vem,
me inunda,
me leva pra longe de onde
pensei estar chegando.
A água arrasta a areia sob os pés,
o breve equilíbrio se vai,
e eu titubeio.
Os passos incertos viram braçadas,
o ambiente se azula a minha volta.
Eu choro,
me sinto exausta.
NÃO QUERO MAIS SENTIR.
Mas não é possível fugir
de dentro de si.
_
Passei meses sentindo
que mal conseguia manter
a cabeça fora d'água
pra sobreviver.
Hoje,
precisamente hoje,
sinto que estou caminhando na praia
após o mais recente caldo.
Vou aproveitar esse instante calmo,
enxergar as ondas ao longe,
consciente que me levarão
novamente.
_
Não sei quando,
só sei que vão.
.
Sempre gostei de cantar. Me faz muito bem e há tempos eu desejava retornar mas não priorizava.
Retomar esse hábito foi uma das minhas decisões para 2022 e é também uma ferramenta de efeito terapêutico e catártico pra mim, ainda mais num ano com tantas reviravoltas como esse.
Uma forma de me comprometer com a ação e com tirar tempo para mim é gravar a cantoria, porque pra isso sou obrigada a parar e fazer. É basicamente ritualizar um hábito diário. Traz um gostinho diferente.
Decidi então que vou colocando aqui no blog os registros à medida em que for gravando.
Até agora tenho:
Nothing Makes Sense Anymore - Mike Shinoda (cover pelo app StarMaker) em 29/01/22
Heavy - Linkin Park (cover pelo app StarMaker) em 11/02/22
The Fighter - In This Moment (cover pelo app StarMaker) em 11/02/22
Infections of a Differente Kind - Aurora (cover acappela) em 13/08/22
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Ontem, 05/05/2022 foi a Cerimônia de 49º dia de falecimento da minha mãe. E eu escrevi algumas palavras pra ocasião que eu quero deixar registradas aqui:
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Vovó Maria e minha mãe, Terezinha. |
Boa noite pessoal.
Eu pensei um bocado sobre o que eu falaria na cerimônia hoje,
sobre o quê do legado da nossa mãe eu ia querer ressaltar e decidi falar sobre
duas coisas que sempre foram muito fortes nela e que me marcam muito todos os
dias: sua solidariedade e esperança nas pessoas.
Desde criança eu vi a mãe doando seu tempo, seu afeto, suas
coisas para apoiar quem estivesse precisando. Aprendemos no Budismo Nichiren Daishonin
que não se tem verdadeira felicidade sozinho. Que construímos a felicidade
quando buscamos ela pra gente e pras pessoas a nossa volta. Eu vi minha mãe
realizar isso ao longo de toda a vida dela de diversas formas. Ela não era
perfeita, era uma pessoa com qualidades e defeitos, como eu e você, mas sempre
buscou fazer o melhor que pudesse. E fico feliz em dizer que grande parte dos
objetos dela como roupas, livros e materiais de artesanato foram doados e já
estão sendo apoio para diversas pessoas, como ela sempre presou em fazer. Não é
questão de agir para ser bonito, “pra ficar bem na fita”, é questão de se
importar sinceramente com o bem-estar das pessoas e fazer algo que esteja ao
nosso alcance no dia a dia. É se fazer abraço, ouvido atento ou outro tipo de
apoio para alguém que esteja precisando, dentro do que seja possível e saudável
pra gente no momento.
A outra coisa que eu quero falar é sobre a contínua esperança
dela nas pessoas. Na sociedade, no futuro. Vivemos em um momento histórico bastante
violento, com muitas demonstrações de falta de respeito e de humanidade por
tantas instituições e pessoas. Mas ela nunca deixou de crer no potencial ao bem
das pessoas em geral. E ela sempre procurou tratar a todos com respeito e
cordialidade por causa disso. Eu aprendi com minha mãe e com o Budismo que se a
gente quer que algo mude, precisamos iniciar em nós a mudança. Não importa que
todo mundo a nossa volta esteja fazendo as coisas da maneira errada ou ilegal,
nós vamos fazer o certo porque sabemos que é o certo – mesmo que mais ninguém
faça. Isso pode ser solitário as vezes, mas é o estilo de vida que eu escolhi
pra mim também porque eu sei que meu exemplo, como o dela, uma hora vai tocar
alguém. E esse alguém vai passar a agir de maneira mais esperançosa e íntegra,
tocando uma outra pessoa. E assim por diante. Você que está me ouvindo merece
respeito e afeto. As outras pessoas também merecem respeito e afeto. A gente
merece um mundo melhor pra nós, pras nossas crianças e pra todas as outras
pessoas.
Nutrir esperança é um ato revolucionário, que pode ser
difícil de gerenciar na nossa época, mas é uma escolha que pode nos levar a
futuros mais felizes.
Então eu venho te fazer um convite: o que você, hoje, com o
que vc tem, pode fazer pra cuidar melhor de você e de alguém a sua volta? A
gente merece ser feliz em meio as ondas que a vida nos traz, boas e ruins.
Acolher e ser acolhida, chorar quando preciso, sorrir sempre que der. Vamo junto?
Um abraço apertado e quentinho em cada um de vocês e muito
obrigada por estarem aqui hoje com a gente.
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A maravilhosa foto de referência! |
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Uma das aplicações que realizei durante o Workshop no Kern Tattoo. |