sábado, 19 de março de 2011

28 de março de 2010

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Em meio a névoa que se ergue
Observo e procuro, enxergo e penso que não ví
Que foi apenas o desejo daquilo que fez-me ve-lo.

Engano-me
Tranco-me
Abro-me
Enterrando e desenterrando a chave que carrego ao pescoço
Para lembrar da entrega
Da escolha que fiz
Para sentir-me nova,
Minha de novo

Vomitando sobre o papel o que vier de mim
O que sai de minha cebeça e do meu peito
Do aperto ou da leveza que o assolam
Do carinho e da maciez que o confortam

Dos casos e acasos que o provocam
Do que passou
Do que se deseja vir
Do que se deseja ter
Mesmo tendo plena consciência de que nada (ninguém) se tem
Nada se leva
Tudo passa
Deixando marcas
Causando mudanças
E vai.
E as vezes volta
As vezes não,
Mas sempre deixa um pouco de si.

A memória fica (por um tempo).
A textura fica (em partes).
E tudo se mistura
Criam-se novas memórias para as antigas e inesquecíveis (e alteráveis) afeições.
As suas e as minhas afeições.

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