terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sabedoria de Avó...


Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona e, bebendo um cálice de Porto (pode ser um impecável cabernet), dizer à minha neta: 
- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar. 
E assim, dizer apontando o indicador para o alto: 
- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração! 
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. 
E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte. 
Por isso, vou colocar mais ou menos assim: 
É preciso coragem para ser feliz. 
Seja valente. 
Siga sempre seu coração. 
Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão. 
Satisfaça seus desejos. 
Esse é seu direito e obrigação. 
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser 
uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você. 
Tenha poucos e bons amigos. 
Tenha filhos. 
Tenha um jardim. 
Aproveite sua casa, 
mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e à Austrália. 
Cuide bem dos seus dentes. 
Experimente, mude, corte os cabelos. 
Ame. 
Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro. 
Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..." 
Vai que o carteiro ganha na loteria 
- tudo é possível, e o futuro é imprevisível. 
Tenha uma vida rica de vida! Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela. 
Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor. 
E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. 
Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários. 
Se for se casar, faça por amor. 
Não faça por segurança, carinho ou status. 
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, 
mas isso pode ser um saco! 
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você. 
Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. 
É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão. 
Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. 
Leia. Pinte, desenhe, escreva. 
E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim. 
Compreenda seus pais. 
Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, 
e sempre farão. 
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um 
único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza. 
Era só isso, minha querida. 
Agora é a sua vez. 
Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você? 
 
Isso vale para todos nós, pais, filhos, netos e amiga(o)s...
Não conheço a autoria do texto, mas achei super agradável e quis registrá-lo.
Se alguém souber quem escreveu, me avisa ^.~
Quem compartilhou comigo foi minha querida irmã do meio, Taíse.

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In and Ourt of the Dark - Katrina Parker



Conheci a Katrina Parker assistindo ao The Voice dos Estados Unidos.
Ela foi uma das semi-finalistas na época e eu sempre gostei muito da voz dela.
Em março desse ano ela iniciou um projeto no Kikstarter  para reunir fundos e produzir/lançar seu CD.

Eu fui uma das chamadas "backers" que são pessoas interessadas pelos projetos que compram algum dos pacotes oferecidos. Na época comprei a versão digital do CD e nesse mês foi o lançamento e o recebemos.
É ótimo!! Ela realizou a composição de quase todas as músicas, têm versatilidade vocal e melódica, letras interessantes e um clima super agradável de se ouvir.

O vídeo acima é uma produção Mike Danenberg para o primeiro single do CD chamado In an Out of the Dark. Tanto o single quanto o CD tem esse nome.

Quem tiver a oportunidade e o interesse em conhecer mais, aconselho muito! 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O DESAPEGO!

O desapego é um dos mais importantes ensinamentos budistas. 

Muitos dos problemas da vida são causados pelo apego. Ficamos com raiva, preocupados, tornamo-nos ávidos, fazemos queixas infundadas e temos todos os tipos de complexos. Todas estas causas de infelicidade, tensão, teimosia e tristeza são devidas ao apego. Se você tem algum problema ou preocupação, examine a si mesmo e descobrirá que a causa é o apego. 

Existe uma famosa história zen sobre um mestre e seu discípulo. Os dois estavam a caminho da aldeia vizinha quando chegaram a um rio caudaloso e viram na margem, uma bela moça tentando atravessá-lo. O mestre zen ofereceu-lhe ajuda e, erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. E depois cada qual seguiu seu caminho. Mas o discípulo ficou bastante perturbado, pois o mestre sempre lhe ensinara que um monge nunca deve se aproximar de uma mulher, nunca deve tocar uma mulher. O discípulo pensou e repensou o assunto; por fim, ao voltarem para o templo, não conseguiu mais se conter e disse ao mestre: 

— Mestre, o senhor me ensina dia após dia a nunca tocar uma mulher e, apesar disso, o senhor pegou aquela bela moça nos braços e atravessou o rio com ela. 

— Tolo – respondeu o mestre – Eu deixei a moça na outra margem do rio. Você ainda a está carregando. 

Desapego não é desinteresse, indiferença ou fuga. Não devemos nos tornar indiferentes aos problemas da vida. Não devemos fugir da vida; não se pode fugir dela quando somos sinceros.
O desapego, como sabemos, não é uma rejeição, mas uma liberdade que prevalece quando deixamos de nos atar às causas do sofrimento. Em um estado de paz interior, com conhecimento lúcido de como funciona a nossa mente. Matthieu Ricard
A vida e seus problemas devem ser encarados e lidados de frente, mas não são coisas às quais devamos nos apegar. É verdade que o dinheiro tem sua importância, mas a pessoa que se apega a ele torna-se avarenta e escrava do dinheiro. É muito fácil nos apegarmos à nossa beleza, às nossas aptidões ou às nossas posses, e assim nos sentirmos superiores aos outros. É igualmente fácil nos apegarmos à nossa feiúra, à nossa falta de aptidões ou à nossa pobreza, e assim nos sentirmos inferiores aos outros. O apego às condições favoráveis leva à avidez e ao falso otimismo, enquanto que o apego às condições desfavoráveis leva ao ressentimento e ao pessimismo. Sem dúvida, nosso apego às coisas, condições, sentimentos e idéias é muito mais problemático do que imaginamos. 

Quando adoecemos, chegamos até mesmo a nos apegar à doença. É melhor não fazermos isso. Todas as doenças serão curadas, exceto uma, que é a morte. Quando você estiver doente, aceite a doença e faça o possível para se recuperar. Aceite a doença e a transcenda… ou melhor, aceite-transcendendo. A vida é mutável; todas as coisas são mutáveis; todas as condições são mutáveis. Por isso, “deixe ir” as coisas. Todos os abusos, a raiva, a censura – deixe que venham e que se vão. Tudo o que fazemos, devemos fazer com sinceridade, com honestidade e com todas as nossas forças; e uma vez feito, feito está. 

Não nos apeguemos a ele. Muitas pessoas se apegam ao passado ou ao futuro, negligenciando o importante presente. Devemos viver o melhor “agora”, com plena responsabilidade. Quando o sol brilha, desfrute-o; quando a chuva cai, desfrute-a. Todas as coisas nesta vida – deixe que venham e deixe que se vão. Este é um segredo da vida que nos impede de ficar aborrecidos ou neuróticos.
Buda disse que todas as coisas na vida e no mundo estão em constante mutação; por isso, não se torne apegado a elas.

Trecho extraído do livro "Budismo Essencial – A Arte de Viver o Dia-a-Dia" de Gyomay Kubose. 

Conheci o texto pois a Fabiana Ferreira, de quem gosto muito, o compartilhou no Facebook. E ela ainda completou dizendo "Desapego é envolvimento e intimidade com as coisas como são".

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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A Culpa é das Estrelas - John Green



O Augustus apontou para o alto, para as árvores, e perguntou:
— Viu aquilo?
Eu vi. Havia olmos por todo lado pelos canais, e algumas sementes estavam sendo carregadas pelo vento. Mas não pareciam sementes. Pareciam, precisamente, pétalas de rosa descoloridas e em miniatura. Essas pétalas claras se juntavam no vento como pássaros voando em bando — milhares deles, como uma tempestade de neve na primavera.
O senhor que nos deu o lugar reparou que estávamos observando aquilo e disse, em inglês:
— É primavera em Amsterdã. Os iepen jogam confete para dar as boas-vindas à primavera.
(Página 112)
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Quem sou eu para dizer que essas coisas podem não durar para sempre? Quem é o Peter Van Houten para afirmar como verdade a conjectura de que nossa labuta é temporária? Tudo o que eu sei sobre o paraíso e tudo o que eu sei sobre a morte está naquele parque: um universo elegante em movimento constante, pululando com ruínas arruinadas e crianças estridentes.
(Página 210)
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Hoje terminei a leitura do livro A Culpa é das Estrelas de John Green

Preciso dizer que gostei muito! O ritmo do livro é menos acelerado, com belas escolhas de palavras e personagens com características e personalidades marcantes.

Apesare de os personagens principais terem pouca idade, as experiências por eles vividas fazem com que tenham uma maturidade bastante grande. Em alguns momentos achei-os até meio maduros demais, mas houveram também as ocasiões à honrar a idade cronológica que fizerem o balanço necessário para que isso não me incomodasse de fato.

Com essa leitura eu me emocionei, sorri, reli trechos para tentar de fato absorver algumas idéias, etc. O fato é que gostei bastante e aconselho para aqueles que conseguem/gostam de lidar com leituras com poucas cenas de ação (aventura), mas cheias de conteúdo filosófico existencial e com um olhar diferenciado sobre o cotidiano e a fugacidade da vida humana.

Para um pouco de fofura a respeito do livro, este link do Deviant'Art recolhe algumas ilustrações relacionadas aos personagens e a passagens do livro em seu menu lateral. E este da Editora Intrínseca contém outras fan arts relacionadas. Valem uma olhada!

Bom, muito bom!

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Imagem: reprodução.