terça-feira, 1 de agosto de 2023

Agnes Nunes

 

AGNES - Terezinha (Prod. Serour , Neobeats) I Visualizer

Conheci Agnes pelo Spotify. Uma música dela foi sugerida automaticamente após outras coisas que eu estava ouvindo, fiquei encantada com a voz e decidi ouvir mais coisas.

E foi assim que conheci "Terezinha".

Sempre que ouço essa música eu choro. Felizmente hoje em dia a saudade da minha mãe já tem uma forma mais amigável, acompanhada de um coração quentinho, mas sigo sempre me emocionando bastante.

Eu entendo várias problemáticas que existem em deixar ativada a opção de ouvir as músicas sugeridas, mas é por pérolas como essas que eu não desativo. 


Inhotim em Cena 2021: Agnes Nunes na Galeria Rivane Neuenschwander

E aqui vejam Agnes em apresentação ao vivo com o musicista Ramon Calixto em Inhotim.

Essa apresentação é maravilhosa de tantas formas! A voz e o violão lindos, a visão sublime de Agnes neste azul, as projeções na galeria... 

Me toca muito e eu fico extremanente feliz com a oportunidade de experienciar a existência e o trabalho dessas pessoas.

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Saúde Mental: para além do diagnóstico (Mamilos Podcast)

 

Acesse o episódio AQUI

Ontem me indicaram e eu ouvi esse episódio do Mamilos.

Ele começou como alguém me pegar pelos ombros e sacudir com força pra depois terminar como um abraço quentinho que me ajudou a esperançar a vida.

A sensação de não-lugar que me habita desde sempre, de inadequação, de não pertencimento, teve um novo olhar aplicado sobre si depois de presenciar esse diálogo. E esperançar é algo essencial pra minha vivência.

O quentinho no coração de conseguir olhar, como o que parece ser pela primeira vez, pras minhas caracterírsticas pessoais, minhas estranhezas, minhas ferramentas de sobrevivência de uma perspectiva só minha. Despida do olhar carregado do que me parecem ser as expectativas das pessoas à minha volta, dos padrões desejados pelas redes sociais, das vozes alheias que por anos a fio habitaram minha mente.  

E, de repente, conseguir me perceber com os meus sentidos que estiveram esquecidos: aqueles que poderiam passar - com alegria - horas assistindo passarinhos existindo no quintal, vendo as nuvens percorrerem seu caminho, ouvindo o móbile de som mais lindo que já presenciei ressoar pela varanda da fazenda da minha avó enquanto sentia a brisa passando pelo meu corpo deitado na rede.

Me expressar artisticamente é ferramenta de sobrevivência psíquica, acho que já falei sobre isso algumas vezes aqui. Mas eu ainda assim me sentia deslocada fazendo. Seguia em frente sempre lutando contra as vozes internas que me falavam o quanto eu não era boa o suficiente pra isso. 

Ontem, depois do podcast, eu consegui sentir pela primeira vez o desejo de fazer minhas coisas com a leveza de não ser acompanhada por essas vozes. Sem a sensação física de peso sobre os ombros.

Pela primeira vez em nem sei quanto tempo, senti que eu não era "um objeto com defeito de fabricação". Sou apenas eu e, dessa vez conseguindo sentir isso genuinamente, tá tudo bem ser assim.

Escrevo isso ouvindo a voz encantadora de Agnes Nunes me nutrir por dentro. Vou falar um pouco sobre ela logo mais. 

Um abraço a quem, talvez, venha a ler isso!

Torço pra que vc se dê a oportunidade de ouvir esse cast também.

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