sexta-feira, 10 de março de 2023

Shaolin Qi Gong + reflexões sobre fé e merecimento


Shaolin Qi Gong 🙆🏻‍♂️ 20 Minute Daily Morning Routine 
🙆🏻‍♀️ 八段锦 Ba Duan Jin (Complete Form)


Nos processos que atravessei nos últimos dois meses acabei adoecendo um bocado física e psiquicamente e nas últimas semanas fiquei fora tanto das aulas de dança quanto dos treinos de Muaythai. 
Semana passada tentei voltar pro thai, mas depois do aquecimento eu já estava passando mal e voltei pra casa direto pra usar a bombinha e recuperar o fôlego.
O Joel me sugeriu procurar alguma outra prática menos extenuante pra ir reconectando meu corpo, recuperando meu condicionamento e tornar mais possível o retorno pras minhas atividades. Achei essa uma sugestão muito válida e, peculiarmente, no mesmo dia o Youtube me recomendou o vídeo que compartilhei acima.
É uma prática que fiz algumas vezes desde então e realmente achei maravilhosa. Tem me reconectado com minha consciência corporal, execução atenta de movimentos, reconstrução de equilíbrio, controle respiratório. E também um prato cheio pra quem, como eu, busca aprender a estar mentalmente mais presente enquanto trabalha o corpo inteiro no processo.
Nerd que sou gosto muito de me aprofundar na origem e fundamentação teórica das coisas que me tocam, ainda vou fazer esse mergulho com Shaolin Qi Gong. Talvez compartilhe mais sobre isso aqui no futuro.
Mas hoje decidi falar sobre essa prática por outro motivo.  
Depois de realizar hoje de manhã eu senti uma coisa que só consigo descrever como: um profundo desejo de priorizar as prioridades. Acho essa frase meio estranha, mas não tenho uma melhor no momento.
Cresci numa família praticante do Budismo de Nichiren Daishonin, vinculada à BSGI. É uma filosofia de vida linda, humanista, da qual vem muitos dos meus valores enquanto pessoa. Mas eu tive uma relação ambivalente com minha prática em diversos momentos da vida. 
Ao longo do tempo, inclusive nos últimos meses, atravessei o sentimento de não ser boa o suficiente, como se eu não fosse merecedora de uma filosofia como essa, de ocupar esse espaço. O que é racionalmente um tanto incoerente, considerando que essa vertente considera que todos os seres tem o estado de buda (iluminação) latente em si, e que podem, ainda nessa existência, alcançar esse estado por meio de fé, prática e estudo consistentes.   
Minha mãe sempre foi uma praticante assídua e de fé inabalável. Reanalisando minha história, percebo que volta e meia eu me rendo à sensação de que não tenho condições de dar continuidade nesse legado na magnitude que ela realizava e isso me leva ao antigo sentimento de insuficiência.
É louco como algumas sensações e reações acabam sempre voltando. O que eu sinto que posso fazer é, essencialmente, descobrir/desenvolver novas ferramentas pra lidar com elas de maneira mais saudável.
Mas fato é que hoje de manhã, depois de praticar o Qi Gong, eu senti um desejo muito grande de realizar meu Daimoku e Gongyo (orações principal e complementar do Budismo Nchiren). De ter mais esse reencontro com algo que me faz muito bem e reafirmar pra mim mesma que eu mereço sim praticar e fazer parte deste movimento pela paz. De priorizar essa prática que me torna uma pessoa melhor e mais capacitada pra lidar com os outros aspectos da minha vida forma mais sábia, corajosa, determinada.  
Esperançar é essencial pra mim. Estender essa esperança a mim mesma, acreditar na minha capacidade e merecimento, são coisas que eu tenho buscado voltar a colocar em prática.

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